Literatura

Parede com listras
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Parede com listras

Francisco Joherbete* A parede listradaassim como meu coraçãorefletindo as corespresentes na minha mão. Observo nela algo peculiarformas e estruturasparecidas com meuolhar alegre e ativo,mas pronto para acabar. Observo nela algo chamativouma pura realidade sentidadas minhas ações acabadase mal compreendidas,com desprezo e caráteralegram a minha vida. Adoro as cores ruins da vida,pois comigo ela se tornaalgo alegre e sentidaassim como as coresnaquela parede com listras. Sobre o autor: Francisco Joherbete *Aluno do 8° ano do Colégio Municipal Pedro Felício Cavalcanti. Gosta de ler poesias e de fazer também. "Abrace sua tristeza".
Homens da esperança
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Homens da esperança

Francisco Joherbete* O lixo eles pegamhumilhados eles sãoajudam o ambientee recebem um sermãode pessoas que não sabemo valor desses homensque muitos são bons. Usam amarelo, verde ou laranjaestão nas ruas trazendo esperançade um mundo que podeser limpo com amor e esperança. A humilhação que eles passamme traz vergonhacomo podem ter pessoascom tamanho ignorâncianão respeitam e nem apoiamnossos amigos categóricos? Quero falar para vocês:parem de humilhar esses homensassim não sabem queeles são pessoas comunspor que agem de modo terrível?maliciosamente são vocêsque deixam meu mundo e o deles ruinspor isso pare e viva com bastantecompromisso de ser uma pessoa melhor. Sobre o autor: Francisco Joherbete *Aluno do 8° ano do Colégio Municipal Pedro Felício Cavalcanti. G...
A resposta
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A resposta

Ludimilla Barreira* Quando ele tocou a campainha da minha casa, suas malas prontas o esperavam para partir. Mas outras caixas deveriam ser lacradas para que o início da viagem fosse tranquilo e sem o peso de sentimentos não resolvidos. Ele não precisava de muita bagagem; excessos nunca são permitidos. Seriam apenas dois anos, afinal. Naquele tempo, eu tinha a sensação de uma longa jordana e muito tempo disponível pela frente, a vida estava apenas começando, por isso, acreditei que era mais um encontro de muitos que viriam. Não entendi a seriedade da despedida. Não tínhamos uma grande diferença de idade; três anos não são quase nada. Erámos da mesma geração, até poderíamos ter cruzado pelos corredores do ensino médio. Mas o peso da responsabilidade sempre foi mais relativizado por mim...
Morte minúscula do universo
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Morte minúscula do universo

Saulo Pereira Benicio Milfont* É hora de curaem meu corpo esculturanovos traçosoutros passosmais amados.Visito a tudoque a dor torneoue torneia pelos infinitossem suspiros sofridosmas limiando a serenidadepelo caos da cidadena iminênciado medo do mundo. No estágio desse instanteexiste tudo, em uníssono.é tanto, gritanteque a pequinês alcança a paza pausaouve o ventoenxerga o amigoacalma o pensamentoenquanto tudo se desfazdo existir. Até mesmo ansiardeixa de ser verboe, portanto,por enquanto,deixa o existindoesquece que foi existidoveste um vestidoe torna-se pequeno também. A morte, existe mesmoé parte do final da música.Finda como todo eternoestá perto,como toda imensidãoacompanhada do sofrimento,da guerra,da solidão.Foi aceita pela vidadevia ser aceita,acolhidaser palavravivid...
Mãe: a dor e a delícia de ser o que é
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Mãe: a dor e a delícia de ser o que é

Luciana Bessa* Homenagear a figura materna não é uma exclusividade da sociedade contemporânea. Na Grécia, Reia, a mãe dos deuses, sempre foi celebrada.  O certo é que no século XX, na década de 30, auge da 2ª Geração do Modernismo brasileiro, o então presidente Getúlio Vargas, emitiu o Decreto nº 21.366, em 5 de maio de 1932, ano da conquista do sufrágio universal feminino, instituindo o dia das mães.  Desde o ano de 1932, todo o segundo mês de maio, está sacramentado no calendário dos filhos/das filhas, um café da manhã ou da tarde, um almoço com a mãe, ou mesmo telefonema, ou chamada de vídeo para aqueles (as) que moram longe como eu (há cerca de 530km de distância). É claro que o comércio não poderia ficar de fora dessa comemoração, pois é conhecida como “uma ótima...
O velho desprovido
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O velho desprovido

Francisco Joherbete* Uma linda casaum velho senhorDono de tudo que se já imaginourico em dinheiro e lembranças,mas nele há um pouco de ganância. Gosta de se achar a última bolacha do pacoteum velho rude, mas é firme e fortenão tem filhos e nem herdeirosé solteiro, diz isso com muito respeito. Lá no fundo ele é um guerreirobatalhou e venceu o seu medode ser pobre e de ser ombreiro. Mas algo o incomodavaa ganância é o que o assolavatenta vencer e é derrotadopor isso questionadomas decidiu mudar de vidavendeu seus negóciose o dinheiro deu a sua cachorrinhaela comeu, e ele ficou pobre pelo resto de sua vida. Sobre o autor: Francisco Joherbete *Aluno do 8° ano do Colégio Municipal Pedro Felício Cavalcanti. Gosta de ler poesias e de fazer também. "Abrace sua tristeza...
Dois poemas e uma só canção
Literatura

Dois poemas e uma só canção

Alexandre Lucas* Sair peregrinando, vasculhando na carne o lugar sagrado, dividindo tempo, espaço e fazendo procissão de sorrisos. Espalhando-me de acolhimento e esperança.  Deslizando a língua na gramática do corpo. Pondo-me livro para livremente ser lido. Ofertando-me flor e selvageria para te revirar. Intenso navego na terra e na subjetividade das borboletas. Cacheado embaralho teus gemidos. Escorro nas tuas estradas. Pego teus olhos, guardo para os momentos de saudade e os atiço para o presente.Um baú sem trancas. Deixo-me aberto, quando quero. Quero! Peregrina, revira. Endurece a carne, amolece o afeto. Movimenta, goza, uma, duas, três vezes, perde a conta. Espalha poesia. Respira. Amanhã, deixo dois poemas, um escondido no teu vale sagrado e outro na praça junto com uma roseira ve...
O sorvete que nos aquece
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O sorvete que nos aquece

Alexandre Lucas* Saímos exclusivamente para comprar sorvete. Início de tarde. O almoço tinha sido acompanhado da varanda e das conversas gostosas que não lembramos mais, mas eram gostosas. Os pássaros se revezavam nos fios e nós costuramos as palavras na acolhida da casa.Ocupamos as ruas. Éramos sol, brilho, calor e a poesia da tarde. Pavê de chocolate. Sorvemos. O sorvete deslizava na boca massageando os olhos. Teus lábios, sua língua e os meus desejos mais profanos estavam costurados com o calor sagrado da tarde.Reviramos os baús tentando nos encontrar. A tarde é para sorver. Estava me despindo. Minha nudez tocava outros olhares, novas formas de enxergar. Sentia o ritmo que se dançava de olhos fechados. Estava vestido de mim e nu em tuas mãos. Fazia calor e nos sorvemos de luz de acon...
ENTREVISTA
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ENTREVISTA

Soraya Sant'Ana* 1. Soraya Sant’Ana, ou simplesmente, Sol, a estrela mais próxima da Terra, que ilumina nossos dias. Você é essa energia solar? Quem é a Sol? Eu me considero muito solar mesmo, sou enérgica, gosto de movimento e até funciono melhor de dia rs  Eu também sou um misto equilibrado entre o som do heavy metal e os mantras da yoga. Amo ouvir histórias e de certa forma sinto que consigo entender minha própria vida através das experiências dos outros. Me considero uma grande entusiasta do viver. 2. O livro A Décima Primavera é dedicado “À Maria Neci Barbosa (in memoriam), que serviu de inspiração para você e que durante a vida foi minha fonte inesgotável de incentivo”. Nos apresente Maria Neci. Neci foi minha melhor amiga, embora sua missão nesta experiên...
Dormir dentro do sonho
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Dormir dentro do sonho

Alexandre Lucas* Os poemas se espalham na mesa. Leio o teu último beijo escrito na porta e acendo as fogueiras que nascem em mim. Você lia Marx enquanto eu pensava em decodificador tuas curvas, acessar os botões dos teus sussurros. Já era tarde, próximo da madrugada, o corpo já não correspondia os desejos e a manhã começava mais cedo, prometia poucas paradas. Poderíamos nós encontrar nos sonhos, mas isso não é algo de se combinar.  Se pudesse marcaria um encontro após cada encontro. Encontraria você nas nuvens, brincando nua, de sonho e fogo. Te sugaria até dormir dentro sonho. Pela manhã, mando uma mensagem cheia de sonho e fogo para incendiar teus olhos e desconcentrar Marx. Os Molotovs da ternura estão em chamas, queimando as muralhas da frieza. So...