Bem vendido
Alexandre Lucas*
O supermercado do amor está em alta. Na esquina a mulher oferece flores. No balcão da loja, a vitrine das joias douradas está mais brilhante. Os manequins ficam paralelos, expondo as roupas do momento. A farmácia vende suas sobrevivências para reduzir os impactos do amor, isso porque, o amor: acelera, agita, retarda, alucina, enlouquece, prolifera e destroça caminhos. O amor é comprado, como as flores da sala que nunca murcham, mas é um perigo dizer isso em tempo que ainda se acredita no amor.
Já sei, para você o amor nunca foi comprado e isso não faz sentido nenhum. O amor é dúvida, quase sempre discórdia. Já imagino você imaginando: dois corpos, uma cachoeira, o beijo molhado e o pensamento eternidade. O sonho acabou. O amor é tudo isso também, a gente ac...





